Lucas 22

Judas concorda em trair Jesus

1Estava se aproximando a Festa dos Pães sem Fermento, chamada Páscoa,

2e os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei procuravam um meio de matar Jesus, mas tinham medo do povo.

3Então, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, um dos Doze.

4Judas dirigiu‑se aos chefes dos sacerdotes e aos oficiais da guarda do templo e tratou com eles como poderia lhes entregar Jesus.

5A proposta muito os alegrou, e acordaram sobre lhe dar dinheiro.

6Ele concordou e procurava uma oportunidade para lhes entregar Jesus quando a multidão não estivesse presente.

A ceia do Senhor

(Mt 26.17‑35; Mc 14.12‑31; Jo 13.18‑30,36‑38)

7Finalmente, chegou o dia da Festa dos Pães sem Fermento, no qual devia ser sacrificado o cordeiro pascal.

8Jesus enviou Pedro e João, dizendo:

― Vão e preparem a refeição da Páscoa para nós comermos.

9― Onde queres que a preparemos? — perguntaram.

10Ele respondeu:

― Ao entrarem na cidade, um homem com um pote de água encontrará vocês. Sigam‑no até a casa em que ele entrar

11e digam ao dono da casa: “O Mestre pergunta: ‘Onde é o salão de hóspedes no qual comerei a Páscoa com os meus discípulos?’ ”.

12Ele mostrará a vocês uma ampla sala no andar superior, toda mobiliada. Façam ali os preparativos.

13Eles saíram, encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa.

14Quando chegou a hora, Jesus e os seus apóstolos reclinaram‑se à mesa.

15Ele lhes disse:

― Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer.

16Pois eu digo a vocês que não comerei dela novamente até que se cumpra no reino de Deus.

17Recebendo um cálice, ele deu graças e disse:

― Peguem o cálice e o partilhem uns com os outros.

18Pois eu lhes digo que não beberei outra vez do fruto da videira até que venha o reino de Deus.

19Pegando ele o pão, deu graças, partiu‑o e o deu aos discípulos, dizendo:

― Isto é o meu corpo, dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim.

20Da mesma forma, depois de ter comido o pão, ele pegou o cálice e disse:

― Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado em favor de vocês.

21Mas saibam que a mão daquele que há de me trair está comigo à mesa.

22O Filho do homem irá, como foi determinado, mas ai daquele por quem é traído!

23Eles começaram a perguntar uns aos outros qual deles faria aquilo.

24Surgiu também uma discussão entre eles acerca de qual deles era considerado o maior.

25Jesus lhes disse:

― Os reis das nações as dominam, e os que exercem autoridade sobre elas são chamados benfeitores.

26Vocês, porém, não serão assim. Ao contrário, o maior entre vocês deverá ser como o menor, e aquele que governa, como o que serve.

27Pois quem é maior: o que está à mesa ou o que serve? Não é o que está à mesa? Eu, porém, estou entre vocês como quem serve.

28Vocês são os que têm permanecido ao meu lado durante as minhas provações.

29Eu designo a vocês um reino, como o meu Pai o designou a mim,

30para que possam comer e beber à minha mesa no meu reino e se assentar em tronos para julgar as doze tribos de Israel.

31― Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como se faz com o trigo.

32Contudo, eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. Quando, porém, você se converter, fortaleça os seus irmãos.

33Ele, porém, respondeu:

― Senhor, estou pronto para ir contigo tanto para a prisão como para a morte.

34Jesus respondeu:

― Eu lhe digo, Pedro, que ainda hoje, antes que o galo cante, três vezes você negará que me conhece.

35Então, Jesus lhes perguntou:

― Quando eu os enviei sem bolsa, sem saco de viagem e sem sandálias, faltou alguma coisa?

― Nada — responderam.

36Ele lhes disse:

― Agora, porém, se vocês têm bolsa, levem‑na, bem como o saco de viagem; se não têm espada, vendam a sua capa e comprem uma.

37Está escrito: “Ele foi contado entre os transgressores”; e eu digo que isso precisa cumprir‑se em mim. Sim, o que está escrito a meu respeito está para se cumprir.[#22.37 Is 53.12.]

38Os discípulos disseram:

― Vê, Senhor, aqui estão duas espadas.

― É o suficiente! — ele respondeu.

Jesus ora no monte das Oliveiras

(Mt 26.36‑46; Mc 14.32‑42)

39Como de costume, Jesus foi para o monte das Oliveiras, e os seus discípulos o seguiram.

40Chegando ao lugar, disse‑lhes:

― Orem para que vocês não caiam em tentação.

41Então, afastou‑se deles a uma pequena distância, ajoelhou‑se e começou a orar:[#22.41 Grego: um tiro de pedra.]

42― Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua.

43Apareceu‑lhe, então, um anjo do céu, que o fortalecia.

44Estando angustiado, ele orou ainda mais intensamente, e o seu suor era como gotas de sangue que caíam no chão.[#22.44 Há manuscritos que não trazem os versículos 43 e 44.]

45Quando se levantou da oração e voltou aos seus discípulos, encontrou‑os dormindo, dominados pela tristeza.

46― Por que estão dormindo? — perguntou‑lhes. — Levantem‑se e orem para que vocês não caiam em tentação.

Jesus é preso

(Mt 26.47‑56; Mc 14.43‑50; Jo 18.1‑11)

47Enquanto ele ainda falava, apareceu uma multidão conduzida por Judas, um dos Doze. Este se aproximou de Jesus para saudá‑lo com um beijo.

48Jesus, porém, lhe perguntou:

― Judas, é com um beijo que você trai o Filho do homem?

49Ao verem o que ia acontecer, os que estavam com Jesus lhe disseram:

― Senhor, atacaremos com espadas?

50Então, um deles feriu o servo do sumo sacerdote, decepando‑lhe a orelha direita.

51Jesus, porém, respondeu:

― Basta!

Então, tocando na orelha do homem, ele o curou.

52Em seguida, Jesus disse aos chefes dos sacerdotes, aos oficiais da guarda do templo e aos líderes religiosos que vieram procurá‑lo:

― Acaso estou chefiando alguma rebelião, para que venham com espadas e varas?

53Todos os dias, estive com vocês no templo, e vocês não levantaram a mão contra mim. Contudo, esta é a hora de vocês, quando as trevas reinam.

Pedro nega Jesus

(Mt 26.69‑75; Mc 14.66‑72; Jo 18.15‑18,25‑27)

54Então, prendendo‑o, levaram‑no para a casa do sumo sacerdote. Pedro o seguia de longe.

55Quando, porém, acenderam uma fogueira no meio do pátio e sentaram ao redor dele, Pedro sentou‑se com eles.

56Uma criada o viu sentado ali à luz do fogo. Ela olhou fixamente para ele e disse:

― Este homem estava com ele.

57Contudo, ele negou:

― Mulher, não o conheço.

58Pouco depois, um homem o viu e disse:

― Você também é um deles.

― Homem, não sou! — respondeu Pedro.

59Cerca de uma hora depois, outro afirmou:

― Certamente este homem estava com ele, pois é galileu.

60Pedro respondeu:

― Homem, não sei do que você está falando!

Imediatamente, enquanto ele falava, o galo cantou.

61O Senhor voltou‑se e olhou diretamente para Pedro. Então, Pedro lembrou‑se da palavra que o Senhor lhe havia dito: “Antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes”.

62Saindo dali, chorou amargamente.

Os soldados zombam de Jesus

63Os homens que estavam detendo Jesus começaram a zombar dele e a bater nele.

64Cobriam‑lhe os olhos e diziam:

― Profetize! Quem foi que bateu em você?

65Então, dirigiam‑lhe muitas outras palavras de insulto.

Jesus diante de Pilatos e Herodes

66Ao amanhecer, reuniu‑se o conselho dos líderes religiosos do povo, tanto os chefes dos sacerdotes quanto os mestres da lei, e Jesus foi levado diante deles.

67― Diga‑nos se você é o Cristo — exigiram.

Jesus respondeu:

― Se eu lhes disser, não crerão em mim

68e, se eu lhes perguntar, não me responderão.

69Contudo, de agora em diante o Filho do homem estará assentado à direita do Poderoso Deus.

70Perguntaram‑lhe todos:

― Então, você é o Filho de Deus?

― Vocês dizem que eu sou — respondeu.

71Eles disseram:

― Por que precisamos de mais testemunhas? Ouvimos dos próprios lábios dele.

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