Lucas 9

Jesus envia os Doze

(Mt 10.5‑14; Mc 5.7‑13)

1Reunindo os Doze, Jesus deu‑lhes poder e autoridade para expulsar todos os demônios e curar doenças.

2Então, enviou‑os a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos.

3Ele lhes disse:

― Não levem nada pelo caminho: nem bordão, nem saco de viagem, nem pão, nem dinheiro, nem túnica extra.

4Na casa em que vocês entrarem, fiquem ali até partirem.

5Se não os receberem, saiam dessa cidade e sacudam a poeira dos pés como testemunho contra eles.

6Então, eles saíram e foram pelos povoados, pregando o evangelho e curando pessoas por toda parte.

7Herodes, o tetrarca, ouviu falar de tudo o que estava acontecendo e ficou perplexo, porque algumas pessoas diziam que João tinha ressuscitado dentre os mortos;[#9.7 Um tetrarca era o governador da quarta parte de uma região.]

8outros, que Elias tinha aparecido; ainda outros, que um dos profetas do passado tinha voltado à vida.

9Herodes, porém, disse:

― Eu mandei decapitar João. Quem, pois, é este de quem ouço essas coisas?

Então, procurava vê‑lo.

A primeira multiplicação dos pães

(Mt 14.13‑21; Mc 6.30‑44; Jo 6.1‑15)

10Ao voltarem, os apóstolos contaram a Jesus o que tinham feito. Então, ele os levou consigo e se retiraram, em particular, a uma cidade chamada Betsaida,

11mas as multidões souberam disso e o seguiram. Ele as acolheu e falava‑lhes acerca do reino de Deus e curava os que precisavam de cura.

12Ao entardecer, os Doze aproximaram‑se dele e disseram:

― Despede a multidão para que possam ir aos campos e povoados vizinhos encontrar comida e pousada, porque aqui estamos em lugar deserto.

13Ele, porém, respondeu:

― Deem‑lhes vocês mesmos algo para comer.

Os discípulos disseram:

― Temos apenas cinco pães e dois peixes — a menos que compremos alimento para toda esta multidão.

14Estavam ali cerca de cinco mil homens.

Ele, porém, disse aos seus discípulos:

― Façam que se sentem em grupos de cinquenta.

15Os discípulos assim o fizeram, e todos se sentaram.

16Então, Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes e, olhando para o céu, deu graças e os partiu. Em seguida, entregou‑os aos discípulos para que os servissem ao povo.

17Todos comeram e ficaram satisfeitos, e os discípulos recolheram doze cestos cheios de pedaços que sobraram.

A confissão de Pedro

(Mt 16.13‑20; Mc 8.27‑30)

18Certa vez, Jesus estava orando em particular, e os seus discípulos estavam com ele. Então, lhes perguntou:

― Quem as multidões dizem que eu sou?

19Eles responderam:

― Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; ainda outros, um dos profetas do passado que ressuscitou.

20― E vocês, quem dizem que eu sou? — perguntou.

Pedro respondeu:

― O Cristo de Deus.

21Jesus os advertiu severamente de que não contassem isso a ninguém.

22Ele disse:

― O Filho do homem tem que sofrer muitas coisas e ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes, pelos mestres da lei, ser morto e ressuscitar no terceiro dia.

23Jesus dizia a todos:

― Se alguém quiser vir após mim, negue‑se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga‑me.

24Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, mas quem perder a própria vida por minha causa a salvará.

25Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder‑se ou destruir a si mesmo?

26Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, o Filho do homem se envergonhará dele quando vier na sua glória e na glória do Pai e dos santos anjos.

27Em verdade lhes digo que alguns dos que aqui se acham de modo nenhum experimentarão a morte antes de verem o reino de Deus.

A transfiguração

(Mt 17.1‑13; Mc 9.2‑13)

28Aproximadamente oito dias depois de dizer essas coisas, Jesus tomou Pedro, João e Tiago e subiu a um monte para orar.

29Enquanto orava, a aparência do seu rosto se transformou, e as suas roupas ficaram brancas e resplandecentes.

30Surgiram dois homens que começaram a conversar com Jesus. Eram Moisés e Elias.

31Apareceram em glorioso esplendor e falavam sobre a partida de Jesus, que estava para se cumprir em Jerusalém.

32Pedro e os seus companheiros estavam dominados pelo sono; acordando subitamente, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele.

33Aconteceu que, ao se afastarem de Jesus, Pedro, sem saber o que dizia, falou:

― Mestre, que bom é estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.

Ele não sabia o que estava dizendo.

34Enquanto ele ainda falava, apareceu uma nuvem que os envolveu. Ficaram com medo ao entrar na nuvem.

35Dela saiu uma voz, que dizia:

― Este é o meu Filho, o Escolhido. Ouçam‑no!

36Tendo soado a voz, Jesus ficou só. Os discípulos guardaram isto somente para si; naqueles dias, não contaram a ninguém o que tinham visto.

Jesus liberta um menino endemoniado

(Mt 17.14‑23; Mc 9.14‑32)

37No dia seguinte, quando desceram do monte, uma grande multidão veio ao encontro dele.

38Um homem da multidão bradou:

― Mestre, suplico‑te que olhes para o meu filho, pois é o único que tenho.

39Um espírito o domina; de repente, o menino grita, e o espírito sacode‑o com violência, fazendo‑o espumar; dificilmente o abandona antes de machucá‑lo muito.

40Roguei aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram.

41Jesus respondeu:

― Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês e terei que suportá‑los? Traga‑me aqui o seu filho.

42Ao se aproximar o menino, o demônio lançou‑o por terra, sacudindo‑o violentamente. Jesus, porém, repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou de volta ao pai.[#9.42 Ou maligno.]

43E todos ficaram atônitos ante a grandeza de Deus.

Estando todos maravilhados com tudo o que Jesus fazia, ele disse aos seus discípulos:

44― Ouçam atentamente o que vou dizer: O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens.

45Contudo, não entendiam o que isso queria dizer; era‑lhes encoberto, para que não o entendessem, e tinham receio de perguntar‑lhe a respeito desse assunto.

O maior no reino

(Mt 18.1‑5; Mc 9.33‑41)

46Começou uma discussão entre os discípulos acerca de qual deles seria o maior.

47Jesus, conhecendo os seus pensamentos, tomou uma criança e a colocou em pé, a seu lado.

48Então, disse‑lhes:

― Quem recebe esta criança em meu nome recebe a mim; e quem recebe a mim recebe aquele que me enviou. Pois aquele que entre vocês for o menor, este será o maior.

49― Mestre — disse João —, vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi‑lo, porque ele não era um dos nossos.

50― Não o impeçam — disse Jesus —, pois quem não é contra vocês é a favor de vocês.

A oposição dos samaritanos

51Aproximando‑se o tempo em que seria elevado aos céus, Jesus partiu resolutamente em direção a Jerusalém.

52Ele enviou mensageiros à sua frente, que entraram em um povoado samaritano para lhe fazer os preparativos,

53mas o povo dali não o recebeu porque ele se dirigia para Jerusalém.

54Ao verem isso, os discípulos Tiago e João perguntaram:

― Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí‑los?

55Jesus, porém, voltando‑se, repreendeu‑os.[#9.55‑56 Há manuscritos que acrescentam dizendo: — Vocês não sabem de que espécie de espírito vocês são, pois o Filho do homem não veio para destruir a vida dos homens, mas para salvá‑la.]

56Então, ele e os seus discípulos foram para outro povoado.

O preço de seguir Jesus

(Mt 8.19‑22)

57Quando andavam pelo caminho, um homem disse a Jesus:

― Eu te seguirei para onde quer que fores.

58Jesus respondeu:

― As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.

59A outro, disse:

― Siga‑me.

Ele, porém, respondeu:

― Senhor, deixa‑me ir primeiro sepultar o meu pai.

60Jesus lhe disse:

― Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o reino de Deus.

61Ainda outro disse:

― Vou seguir‑te, Senhor, mas deixa‑me primeiro voltar e despedir‑me da minha família.

62Jesus respondeu:

― Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.

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