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1Deus meu, Deus meu,[#Mt 27.46; Mc 15.34]
por que me desamparaste?
Por que se acham longe
de minha salvação
as palavras de meu gemido?
2Deus meu, clamo de dia,
e não me respondes;
também de noite,
porém não tenho sossego.
3Contudo, tu és santo,[#Sl 99.9]
entronizado entre os louvores
de Israel.
4Nossos pais confiaram em ti;
confiaram, e tu os livraste.
5A ti clamaram e escaparam;
confiaram em ti
e não foram envergonhados.
6Mas eu sou verme
e não um ser humano;
afrontado pelos homens
e desprezado pelo povo.
7Todos os que me veem
zombam de mim;
fazem caretas e balançam
a cabeça, dizendo:
8“Confiou no Senhor ![#Mt 27.43]
Ele que o livre!
Salve-o, pois nele tem prazer.”
9Contudo, tu és quem
me fez nascer;
e me preservaste,
estando eu ainda
ao seio de minha mãe.
10A ti me entreguei
desde o meu nascimento;
desde o ventre de minha mãe,
tu és o meu Deus.
11Não te distancies de mim,
porque a tribulação está próxima,
e não há quem me ajude.
12Muitos touros me cercam,
fortes touros de Basã me rodeiam.
13Contra mim abrem a boca,
como faz o leão
que despedaça e ruge.
14Derramei-me como água,
e todos os meus ossos
se desconjuntaram;
meu coração fez-se como cera,
derreteu-se dentro de mim.
15Secou-se o meu vigor,
como um caco de barro,
e a língua se me apega
ao céu da boca;
assim, me deitas no pó da morte.
16Cães me cercam;
um bando de malfeitores
me rodeia;
traspassaram-me as mãos e os pés.
17Posso contar
todos os meus ossos;
os meus inimigos
estão olhando para mim
e me encarando.
18Repartem entre si
as minhas roupas
e sobre a minha túnica
lançam sortes.
19Tu, porém, Senhor ,
não te afastes de mim;
força minha, apressa-te
em me socorrer.
20Livra a minha alma da espada,
e, das presas do cão, a minha vida.
21Salva-me da boca do leão[#2Tm 4.17]
e dos chifres dos búfalos;
sim, tu me respondes.
22A meus irmãos declararei
o teu nome;
no meio da congregação
eu te louvarei.
23Louvem o Senhor ,
vocês que o temem;
glorifiquem-no, todos vocês,
descendência de Jacó;
temam-no, todos vocês,
posteridade de Israel.
24Porque não desprezou
nem detestou
a dor do aflito,
nem ocultou dele o seu rosto,
mas o ouviu, quando lhe gritou
por socorro.
25De ti vem o meu louvor
na grande congregação;
cumprirei os meus votos
na presença dos que o temem.
26Os sofredores hão de comer
e fartar-se;
louvarão o Senhor
aqueles que o buscam.
Que o coração de vocês
viva para sempre!
27Os confins da terra
se lembrarão do Senhor
e a ele se converterão;
diante dele se prostrarão
todas as famílias das nações.
28Pois do Senhor é o reino,[#Sl 47.7-8]
é ele quem governa as nações.
29Todos os ricos da terra
hão de comer e adorar,
e todos os que descem ao pó
se prostrarão diante dele,
até aquele que não pode
preservar a própria vida.
30A posteridade o servirá,
e se falará do Senhor
à geração vindoura.
31Virão e anunciarão a justiça dele;
ao povo que há de nascer,
contarão que foi ele
quem o fez.