Lucas 20

Acerca da autoridade de Jesus. O batismo de João

1Em um dos dias em que Jesus ensinava ao povo no templo e anunciava o evangelho, sobrevieram os principais sacerdotes e os escribas, juntamente com os anciãos,[#Lc 20.1-8; Mt 21.23-27; Mc 11.27-33; #Mt 26.55; Lc 19.47; #Lc 8.1; #At 4.1; 6.12]

2e falaram-lhe nestes termos: Dize-nos: Com que autoridade fazes essas coisas ou quem é o que te deu esta autoridade?

3Respondeu-lhes: Também eu vos farei uma pergunta; respondei-me:

4O batismo de João era do céu ou dos homens?

5Eles, consultando entre si, diziam: Se dissermos que era do céu, ele dirá: Por que, então, não lhe destes crédito?

6Mas, se dissermos que era dos homens, todo o povo nos apedrejará, porque está convencido de que João era profeta.[#Mt 11.9; cp. Lc 7.29-30]

7Responderam, por fim, que não sabiam donde era.

8Replicou-lhes Jesus: Nem eu vos digo com que autoridade faço essas coisas.

A parábola dos lavradores maus

9Começou a propor ao povo esta parábola: Um homem plantou uma vinha, arrendou-a a alguns lavradores e partiu para outro país, onde se demorou muito.[#Lc 20.9-19; Mt 21.33-46; Mc 12.1-12]

10No tempo próprio, mandou um servo aos lavradores, para que lhe dessem do fruto da vinha; os lavradores, porém, depois de o espancarem, mandaram-no embora sem coisa alguma.

11Tornou a enviar outro servo; e a este, depois de o espancarem e ultrajarem, despediram vazio.

12Enviou ainda outro, e feriram também a este e enxotaram-no.

13Então, disse o dono da vinha: Que farei? Enviarei meu filho amado; a ele talvez respeitarão.[#Lc 18.2 (Gr.)]

14Mas, quando os lavradores o viram, discorreram entre si, dizendo: Este é o herdeiro; matemo-lo para que a herança seja nossa.

15Lançaram-no fora da vinha e o mataram. Que lhes fará, pois, o dono da vinha?

16Virá, e exterminará esses lavradores, e dará a vinha a outros. Ao ouvirem isso, disseram: Tal não aconteça![#cp. Lc 19.27; Mt 21.41; Mc 12.9; #Rm 3.4,6,31; 6.2,15; 7.7,13; 9.14; 11.1,11; 1Co 6.15; Gl 2.17; 3.21; 6.14 (Gr.)]

17Mas Jesus, olhando para eles, disse: Que quer, então, dizer o que está escrito:

A pedra que os edificadores rejeitaram,

esta foi posta como a pedra angular?

18Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó.[#Mt 21.44]

A questão do tributo

19Naquela mesma hora, os escribas e os principais sacerdotes procuraram pôr-lhe as mãos, mas temeram o povo; pois perceberam que, em referência a eles, havia dito esta parábola.[#Lc 19.47]

20Observando-o, enviaram-lhe emissários que se fingiram justos, para o apanhar em alguma palavra, de modo que o pudessem entregar à jurisdição e à autoridade do governador.[#Lc 20.20-26; Mt 22.15-22; Mc 12.13-17; #Mc 3.2; #Lc 11.54; Lc 20.26; #Mt 27.2]

21E perguntaram-lhe: Mestre, sabemos que falas, e ensinas retamente, e não te deixas levar de respeitos humanos, mas ensinas o caminho de Deus segundo a verdade;

22é-nos lícito ou não pagar tributo a César?[#Lc 23.2; Mt 17.25]

23Mas Jesus, percebendo a astúcia deles, disse-lhes:

24Mostrai-me um denário. De quem é a efígie e a inscrição que ele tem? Responderam: De César.[#Um denário valia 315 réis, moeda brasileira.]

25Disse-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.[#Mt 22.21; Mc 12.17]

26Não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, maravilhados da sua resposta, calaram-se.

Os saduceus e a ressurreição

27Chegando alguns dos saduceus, homens que negam a ressurreição,[#Lc 20.27-40; Mt 22.23-33; Mc 12.18-27]

28perguntaram-lhe: Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se morrer um homem casado e não deixar filhos, seu irmão case com a viúva e dê sucessão ao falecido.[#Dt 25.5]

29Havia, pois, sete irmãos: o primeiro casou e morreu sem filhos;

30o segundo

31e o terceiro casaram com a viúva; e, assim, os sete e morreram sem deixarem filhos.

32Por fim, morreu também a mulher.

33De qual deles, pois, será a mulher na ressurreição? Porque os sete casaram com ela.

34Respondeu-lhes Jesus: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento;[#Mt 12.32; Lc 16.8]

35mas aqueles que são julgados dignos de alcançar o mundo vindouro e a ressurreição dentre os mortos não se casam, nem se dão em casamento.

36Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.[#cp. Rm 8.16s.; 1Jo 3.1-2]

37Mas que os mortos ressuscitam, Moisés o indicou na passagem a respeito da sarça, onde se diz que o Senhor é o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó.[#Êx 3.6; Mc 12.26]

38Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois todos vivem para ele.[#Mt 22.32; Mc 12.27; #cp. Rm 14.8]

39Alguns dos escribas disseram: Mestre, respondeste bem.

40Não ousaram mais perguntar-lhe coisa alguma.[#Mt 22.46; cp. Lc 14.6]

O Cristo, filho de Davi

41Perguntou-lhes Jesus: Como dizem que o Cristo é filho de Davi?[#Lc 20.41-44; Mt 22.41-46; Mc 12.35-37; #Mt 9.27]

42Porque o próprio Davi disse no livro dos Salmos:

Disse o Senhor ao meu Senhor:

Senta-te à minha mão direita,

43até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.

44Assim, pois, Davi lhe chama Senhor e como é ele seu filho?

Jesus censura os escribas

45Ouvindo-o todo o povo, disse Jesus a seus discípulos:[#Lc 20.45-47; Mt 23.1-7; Mc 12.38-40]

46Guardai-vos dos escribas, que querem andar com vestes compridas, gostam das saudações nas praças, dos primeiros assentos nas sinagogas e dos primeiros lugares nos banquetes;[#Lc 11.43; cp. 14.7]

47os quais devoram as casas das viúvas e fazem, por pretexto, longas orações; estes hão de receber muito maior condenação.

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