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1Tendo Jesus acabado todo esse discurso, disse a seus discípulos:[#vd. Mt 7.28]
2Sabeis que, de hoje a dois dias, celebrar-se-á a Páscoa; e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado.[#Mt 26.2-5; Mc 14.1-2; Lc 22.1-2; #Jo 11.55; 13.1]
3Depois, se reuniram os principais sacerdotes e os anciãos do povo no pátio da casa do sumo sacerdote, chamado Caifás,[#Jo 11.47; #Mt 26.58,69; Mc 14.54,66; 15.16; Lc 11.21; 22.55; Jo 18.15; cp. Mt 27.27; #Mt 26.57; Lc 3.2; Jo 11.49; 18.13-14,24,28; At 4.6]
4e deliberaram prender a Jesus à traição e tirar-lhe a vida.[#vd. Mt 12.14]
5Mas diziam: Durante a festa, não, para que não haja tumulto entre o povo.[#Mt 27.24]
6Estando Jesus em Betânia, na casa de Simão, o leproso,[#Mt 26.6-13; Mc 14.3-9; cp. Jo 12.1-8; Lc 7.37-39; #vd. Mt 21.7]
7chegou-se a ele uma mulher que trazia um vaso de alabastro com precioso perfume e lho derramou sobre a cabeça, quando ele estava à mesa.
8Vendo isso, seus discípulos indignaram-se e disseram:
9Para que este desperdício? Pois o perfume podia ser vendido por muito dinheiro e ser este dado aos pobres.
10Mas Jesus, percebendo isso, disse-lhes: Por que molestais essa mulher? Ela me fez uma boa obra.
11Pois os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes;[#Mc 14.7; Jo 12.8; Dt 15.11]
12derramando ela este perfume sobre o meu corpo, fê-lo para a minha sepultura.[#vd. Jo 19.40]
13Em verdade vos digo que, onde quer que for pregado em todo o mundo este evangelho, será também contado para memória sua o que ela fez.[#Mc 14.9]
14Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, procurou os principais sacerdotes[#Mt 26.14-16; Mc 14.10-11; Lc 22.3-6; #Mt 10.4; 26.25,47; Mt 27.3; Jo 6.71; 12.4; 13.26; At 1.16]
15e lhes disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? Eles lhe pesaram trinta moedas de prata.[#cp. Zc 11.12; Êx 21.32]
16Desde então, Judas buscava oportunidade para o entregar.
17No primeiro dia dos Pães Asmos, vieram os discípulos a Jesus perguntar-lhe: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?[#Mt 26.17-19; Mc 14.12-16; Lc 22.7-13; #Êx 12.18-20]
18Respondeu-lhes: Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe que o Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com meus discípulos.[#Mc 14.13; Lc 22.10; #cp. Jo 7.6,8]
19Eles fizeram como Jesus lhes havia ordenado, e prepararam a Páscoa.
20À tarde, estava ele sentado à mesa com os doze discípulos.[#Mt 26.20-24; Mc 14.17-21]
21Enquanto comiam, declarou Jesus: Em verdade vos digo que um de vós me trairá.[#Lc 22.21-23; Jo 13.21s.]
22Eles, muitíssimo contristados, começaram um por um a perguntar-lhe: Porventura sou eu, Senhor?
23Ele respondeu: O que põe comigo a mão no prato, este é o que me trairá.[#Jo 13.26; cp. Mt 18]
24O Filho do Homem vai-se, segundo está escrito a seu respeito, mas ai daquele por quem o Filho do Homem é traído! Melhor fora para esse homem se não houvesse nascido.[#Mt 26.31,54,56; Mc 9.12; Lc 24.25-27,46; At 17.2s.; 26.22s.; 1Co 15.3; 1Pe 1.10s.; #Mc 14.21; cp. Mt 18.7]
25Judas, que o traiu, perguntou: Porventura sou eu, Mestre? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste.[#Mt 26.14; #vd. Mt 23.7,10; #Mt 26.64; Mt 27.11; Lc 22.70]
26Estando eles comendo, tomou Jesus o pão e, tendo dado graças, partiu-o e deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei; este é o meu corpo.[#Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.17-20; 1Co 11.23-25; cp. 1Co 10.16; #vd. Mt 14.19]
27Tomando o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos;
28porque este é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos para remissão de pecados.[#cp. Hb 9.20; #vd. Mt 20.28]
29Mas digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai.
30Tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.[#Mt 26.30-35; Mc 14.26,31; Lc 22.31-34; #vd. Mt 21.1]
31Então lhes disse Jesus: A todos vós serei esta noite uma pedra de tropeço, pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas;[#vd. Mt 11.6; Zc 13.7; #cp. Jo 16.32]
32mas, depois que eu ressuscitar, irei adiante de vós para a Galileia.[#Mt 28.7,10,16; Mc 16.7]
33Disse-lhe Pedro: Ainda que sejas para todos uma pedra de tropeço, nunca o serás para mim.
34Declarou-lhe Jesus: Em verdade te digo que esta noite, antes de cantar o galo, três vezes me negarás.[#Jo 13.38; Mt 26.75; #cp. Mc 14.30]
35Replicou-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. Todos os discípulos disseram o mesmo.[#Jo 13.37]
36Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.[#Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.40-46; #Mc 14.32; cp. Lc 22.39; Jo 18.1]
37Levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e angustiar-se.[#Mt 17.1; Mc 5.37; cp. Mt 4.21]
38Então lhes disse: A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai comigo.[#Jo 12.27; #Mt 26.40-41]
39Adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou: Pai meu, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.[#vd. Mt 20.22; #Mt 26.42; Mc 14.36; Lc 22.42; Jo 6.38]
40Depois, voltou para seus discípulos e, encontrando-os dormindo, perguntou a Pedro: Nem ao menos uma hora pudestes vigiar comigo?[#Mt 26.38]
41Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.[#Mc 14.38]
42Tornando a retirar-se, orou: Pai meu, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.
43Voltando outra vez, encontrou-os dormindo, porque estavam com os olhos pesados.
44Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.
45Então, voltou para os discípulos, dizendo-lhes: Agora, dormi e descansai; está próxima a hora, e o Filho do Homem está sendo traído nas mãos de pecadores.[#Mc 14.41; Jo 12.27; 13.1]
46Levantai-vos, vamo-nos! Pois o que me trai se aproxima.
47Enquanto ele ainda falava, chegou Judas, um dos doze, e, com ele, uma grande multidão armada de espadas e varapaus, enviada pelos principais sacerdotes e pelos anciãos do povo.[#Mt 26.47-56; Mc 14.43-50; Lc 22.47-53; Jo 18.3-11; #Mt 26.14]
48O traidor lhes havia dado um sinal, dizendo: Aquele a quem eu beijar, esse é que é; prendei-o.
49No mesmo instante, chegou-se a Jesus e disse: Salve, Mestre! E o beijou.[#vd. Mt 23.7; 26.25]
50Jesus perguntou-lhe: Amigo, a que vieste? Nisto se aproximou a escolta e, pondo as mãos em Jesus, prendeu-o.[#Mt 20.13; 22.12]
51Um dos que estavam com Jesus estendeu a mão, puxou da espada e, dando um golpe no servo do sumo sacerdote, decepou-lhe uma orelha.[#cp. Jo 18.10; Mc 14.47; Lc 22.50; #Lc 22.38]
52Então, Jesus lhe disse: Embainha a tua espada pois todos os que tomam a espada morrerão à espada.[#cp. Gn 9.6; Ap 13.10]
53Acaso pensas que não posso rogar a meu Pai, e que ele não me mandará neste momento mais de doze legiões de anjos?[#cp. Mc 5.9,15; Lc 8.30; #cp. Mt 4.11]
54Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim deve acontecer?[#Mt 26.24]
55Naquela hora, disse Jesus à multidão: Viestes armados de espadas e varapaus para me prender, como se eu fora salteador? Todos os dias, sentado no templo, eu ensinava, e não me prendestes.[#cp. Mc 12.35; 14.49; Lc 4.20; 19.47; 20.1; 21.37; Jo 7.14,28; 8.2,20; 18.20]
56Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos o deixaram e fugiram.
57Aqueles que tinham prendido a Jesus levaram-no à casa de Caifás, sumo sacerdote, onde se haviam reunido os escribas e os anciãos.[#Mt 26.57-68; Mc 14.53-65; Jo 18.12-13,19-24; #Mt 26.3]
58Pedro, porém, o ia seguindo de longe até o pátio da casa do sumo sacerdote e, entrando, sentou-se entre os oficiais de justiça para ver o fim.[#cp. Jo 18.15; #Mt 26.3; #Mt 5.25; Jo 7.32,45s.; 18.3, etc.; 19.6; At 5.22,26]
59Os principais sacerdotes e todo o Sinédrio buscavam algum falso testemunho contra Jesus, para o entregarem à morte;[#vd. Mt 5.22]
60e não o acharam, não obstante se terem apresentado muitas testemunhas falsas. Mas, afinal, compareceram duas, afirmando:[#Dt 19.15]
61Ele disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias.[#Mt 27.40; Mc 14.53; 15.29; Jo 2.19; cp. At 6.14]
62Levantando-se o sumo sacerdote, perguntou: Nada respondes? Que é o que estes depõem contra ti?
63Jesus, porém, conservou-se calado. O sumo sacerdote disse-lhe: Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.[#Mt 27.12,14; Jo 19.9; #Mt 26.63-66; cp. Lc 22.67-71; #Lv 5.1; #vd. Mt 16.16; #vd. Mt 4.3]
64Respondeu Jesus: Tu o disseste; contudo, vos declaro que vereis mais tarde o Filho do Homem sentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.[#Mt 26.25; #vd. Mt 16.27s.]
65Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou! Acabais de ouvir agora mesmo a blasfêmia.[#Mc 14.63; Nm 14.6; At 14.14]
66Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte.[#Lv 24.16; Jo 19.7]
67Então, uns lhe cuspiram no rosto e lhe deram punhadas, e outros o esbofetearam,[#Mt 26.67-68; cp. Lc 22.63-65; Jo 18.22; #Mt 27.30; Mc 10.34]
68dizendo: Adivinha-nos, ó Cristo, quem é o que te deu?[#Mc 14.65; Lc 22.64]
69Entretanto, Pedro estava sentado fora no pátio; e uma criada, aproximando-se, disse-lhe: Também tu estavas com Jesus, o galileu.[#Mt 26.69-75; Mc 14.66-72; Lc 22.55-62; Jo 18.16-18,25-27; #Mt 26.3]
70Mas ele o negou diante de todos, exclamando: Não sei o que dizes.
71Saindo para o alpendre, uma outra viu-o e disse aos que ali se achavam: Este também estava com Jesus, o nazareno.
72Outra vez, Pedro o negou com juramento: Não conheço esse homem.
73Logo depois, se aproximaram de Pedro os que ali estavam e disseram-lhe: Também tu és, certamente, um deles, pois até a tua fala o revela.[#Mc 14.70; Lc 22.59; cp. Jo 18.26]
74Então, começou a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem. Imediatamente, cantou o galo.
75Pedro lembrou-se das palavras que Jesus proferira: Antes de cantar o galo, três vezes me negarás; e, saindo dali, chorou amargamente.[#Mt 26.34]